Todo mundo sente falta de Calvin e Haroldo.

 
Título: Calvin e Haroldo - As Tiras de Domingo 1985 - 1995
Autor: Bill Watterson
Páginas: 95
Ano: 2014
Editora: Conrad
ISBN: 9788599296943
Avaliação:   | Excelente!
Sinopse: As compilações de tiras de Calvin e Haroldo são ótimo livros para ter, mas a oportunidade de ver os originais e ler o que Bill Watterson pensa a respeito é um privilégio. Ele generosamente compartilhou não só sua arte, mas sua vida e seus pensamentos. Quando analisei o trabalho escolhido para a exposição, eu sabia que os visitantes chegariam aos risos e iriam embora às lágrimas. (Do Prefácio de Lucy Shelton Caswell, professora e curadora da Biblioteca de Pesquisa de Quadrinhos e Cartuns da Universidade Estadual de Ohio, em junho de 2001).

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Antes mesmo de eu começar essa vida intensa de leituras, eu amava ler gibis, histórias em quadrinhos ou mesmo aquelas tirinhas de jornais. Sempre fui apaixonado por pegar aqueles jornais velhos em casa ou em alguma sala de espera e logo começar a procurar as tirinhas neles. Essa semana a Editora Conrad me surpreendeu com um exemplar desse livro e eu parei toda qualquer outra leitura, não só para ler este livro, mas para passar horas apreciando as tirinhas de Calvin e Haroldo que não só trazem um contexto tão atual, mas que também me permitem divagar por aquele tempo que já passou — até porque esses dois personagens são aqueles mais vistos e procurados por mim naquela época.

Este livro não é um gibi então não espere encontrar uma história com começo, meio e fim porque você não encontrará isso. E é aí que Bill diferencia tanto Calvin e Haroldo dos demais: o poder de reflexão — ás vezes até um pouco complexa — sobre determinadas situações que na maior parte do tempo são cotidianas, mas que são levadas até nós em uma linguagem tão simples, engraçada e singular.
O problema do futuro é que ele continua virando presente o tempo todo.
Este livro traz pouco mais de cinquenta tiras que nos confrontam sobre diversos assuntos como a repetição — a mesmice ou também rotina, como queira chamar— dos nossos dias, a falta de "aventura" no nosso dia-a-dia, qual o real valor da guerra, feminismo versus machismo, o tempo, relações familiares, etc. E sabe o que há de melhor em tudo isso? Por mais que a maioria dessas tiras tenham cunho reflexivo, é ótimo saber que algumas o autor simplesmente criou uma situação engraçada porque sabia o valor de um sorriso.

A edição da Editora Conrad é excelente! Nas primeiras páginas podemos conhecer um pouco mais do trabalho do Bill Watterson e logo depois somos presenteados com diversas tiras dele, esperando para serem apreciadas. As tiras são referentes ao período de 1985 até o ano de 1995, então as tiras estão sempre em preto e branco — seu original — do lado esquerdo e no lado direito a mesma tira em sua versão colorida. Além disso, no rodapé ochargista fala um pouco sobre a época em que escreveu aquela determinada tira, um pouco sobre como foi a experiência de escrevê-la, quais as críticas implantadas nelas, etc. O formato do livro foge do convencional, sendo apresentado na horizontal ao invés de verticalmente — como estamos acostumados. A capa é feita de um papel cartão bastante resistente, não possui abas, as folhas são brancas e bastante grossas e não foram encontrados erros na revisão.

Enquanto você pode pensar que este livro é voltado para um público mais infantil ou juvenil devido a ser "apenas" tiras, também temos toda uma reflexão por trás de todos os quadrinhos, cativando então leitores de todos os tipos e idades. Se você leu apenas algumas tiras em uma jornal qualquer, está mais do que na hora de você se aprofundar na arte de Bill Watterson e encantar-se por cada traço e a crítica implícita nelas. 


SOBRE O AUTOR
Bill Watterson nasceu em Washington DC, mas se mudou com sua família para Changrin Falls, em Ohio, com seis anos de idade. Ele se formou no Kenyon College em ciências políticas em 1980 e começou a trabalhar no Cincinnati Post como chargista, mas foi demitido em poucos meses. Calvin e Hobbes só foi publicado em 18 de novembro de 1985. Watterson se aposentou em 9 de novembro de 1995, se dedicando a pintura.

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