Me proporcionou uma experiência totalmente nova.

 
Título: Suspeitos
Autor: Robert Crais
Tradutor: Cayo Cândido
Páginas: 280
Ano: 2014
Editora: Companhia Editora Nacional
ISBN: 9788504019018
Avaliação:   | Bom.
Sinopse: Scott não está bem desde a aterrorizante noite em que homens não identificados assassinaram sua parceira Stephanie e quase o mataram também, deixando-o cheio de ódio, humilhado e sempre à beira de um ataque de nervos. Maggie também não está bem. A pastora-alemã sobreviveu a três temporadas no Iraque e Afeganistão farejando explosivos até perder seu tratador no ataque de um homem-bomba. Seu estresse pós-traumático é tão grave quanto o de Scott. Eles são a última chance um do outro. Ele era um jovem policial em ascensão, ela foi criada para cuidar e proteger. Juntos, vão começar a investigar o caso que ninguém quer que investiguem: a identidade dos homens que assassinaram Stephanie. O que os dois descobrem é que nada é o que parece ser. Eles seguirão por um caminho que os levará através das obscuras lembranças de seus infernos pessoais. Será que conseguirão sair dessa e encontrar os culpados? Ninguém pode prever.

✖✖✖

Mesmo quando este livro chegou em uma caixa junto com vários outros, foi ele que me chamou a atenção. Não saberia dizer exatamente o porquê deste livro me chamar tanto a atenção, talvez pelo fato de envolver um cão na trama ou por trazer um caso que desde a sinopse já me intrigava, mas independente do que me levou à lê-lo, percebi logo de início que o livro não só me surpreenderia como também me faria sentir sensações diferentes e que com certeza me proporcionaria uma experiência totalmente nova.

Scott passou por um episódio devastador e mesmo depois de meses, ele ainda sofre as consequências do terror que viveu. Decidido a não esperar mais que seus colegas achem o criminoso e os façam pagar, ele decide voltar a ativa e trazer os assassinos à justiça. Para isso, ele terá que entrar no grupo K9 com um cachorro e é aí que ele acaba conhecendo Maggie, uma cachorra com treinamento de guerra e que já presenciou muita coisa Afeganistão. Ambos lidando com o estresse pós-traumático, Scott que não se achava apto para este serviço, começou ver em Maggie a parceira perfeita para alcançar seu objetivo.
Esses cães serão os mais sinceros e melhores parceiros que vocês um dia poderão esperar ter e eles darão a vida por vocês.
Claramente, o que me chamou a atenção logo no prólogo é que o autor conseguiu transmitir exatamente a dor, o terror e o quão machucados ambos os personagens estão. Scott passou por um episódio traumático e acabou perdendo muito, sendo que até os dias atuais ele tem que lidar com os fantasmas do passado e tentar levar a vida adiante. Não está nada fácil para Maggie também. Além de lidar com a perda em campo do seu último treinador, ela tem que superar o trauma passado no Afeganistão. Juntos, o autor mostra que é possível superarem as dores — que muitas vezes são físicas também — e o passado.

Avaliei o livro como apenas "bom" por um motivo: o ritmo da leitura decai muito no meio do livro para frente e só consegue voltar à um ritmo bom no finalzinho. Logo o prólogo e os primeiros capítulos me fizeram adentrar na história de uma forma muito boa, mas logo essa empolgação cai e a leitura se torna um pouco arrastada. Meu conselho? Continue a leitura, porque mais perto do final o autor dá uma guinada e a leitura se torna muito boa novamente. Ponto positivo para a escrita do autor que faz valer a pena cada página lida, pois ele consegue dosar os detalhes na medida certa e não usa de um vocabulário cheio de firulas. A narrativa vai acontecer em terceira pessoa com narrador onisciente, sendo que o foco da narrativa na maioria dos capítulos é em Scott, mas em alguns capítulos teremos a perspectiva de Maggie e de alguns outros personagens.
Contente e em paz, Maggie percorria sonolentamente um campo esverdeado. Barriga cheia. Sede saciada. O conforto da mão calorosa de Scott. O homem era Scott. Ela era Maggie. Esse lugar era o caixote deles e o caixote deles estava seguro.
Eu gostei da capa, mas... ainda prefiro a capa original. Mesmo que sejam diferenciadas por poucas coisa, ainda prefiro a original. Mas na diagramação interna, mais uma vez a Companhia Editora Nacional aposta em uma edição plausível. Com folhas pólen — aquelas amarelinhas que nós amamos — e fonte, margem e espaçamento de um tamanho adequado. O livro é dividido em várias partes e no início de cada uma delas, somos surpreendidos com uma página com uma digital humana e a marca de uma pata de um cachorro que eu simplesmente amei essa ideia.

Para quem já acompanha o blog sabe que sou apaixonado por livros de suspense policial e thrillers, e analisando este livro com seus gênero posso dizer que ele não é o melhor deles, mas também não deixa de ter seu valor. Entre erros e acertos, Robert conseguiu criar mais do que uma ficção policial, ele criou uma drama policial que funcionou bem mas que em alguns momentos teve suas falhas. Se formos falar de escrita, daria nota dez ao autor que possui uma escrita fluida e ágil, mas não posso avaliar o livro como um todo, apenas pela sua escrita. Suspeitos foi escrito por Robert Crais e não faz parte de trilogias ou sagas.

SOBRE O AUTOR
Robert Crais nasceu em 1954 e é o autor norte-americano de quase vinte livros de ficção policial e de inúmeros best-sellers do New York Times; e também já ganhou diversos prêmios literários nos Estados Unidos com o  prêmio Edgar: Grand Master Shamus Award. Seus títulos mais recentes são The first rule, The sentry e o best-seller nº1 TakenAtualmente ele vive em Los Angeles.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Top