Eu nunca gostei tanto de ler ficção científica!

 
Título: Perdido em Marte
Autor: Andy Weir
Tradutor: Marcello Lino
Páginas: 336
Ano: 2014
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413359
Avaliação:   | Excelente!
Sinopse: Há seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho. Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente. Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não está disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades de engenheiro e botânico e um senso de humor inabalável , ele embarca numa luta obstinada pela sobrevivência. Para isso, será o primeiro homem a plantar batatas em Marte e, usando uma genial mistura de cálculos e fita adesiva, vai elaborar um plano para entrar em contato com a Nasa e, quem sabe, sair vivo de lá. 

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Ficção científica é um gênero que causa controvérsias comigo, ou eu realmente gosto ou me dá tédio e eu acabo abandonando. É inegável que Perdido em Marte é um dos livros do gênero que tem sido mais bem comentado e recomendado, tanto pela mídia quanto pela blogosfera literária. Logo ele despertou meu interesse principalmente pelo fato de ter uma premissa inovadora. Sem perder tempo, aproveitei a ótima boa fama que o livro estava tendo e mergulhei de cabeça na leitura deste livro.

Mark Watney foi o décimo sétimo astronauta a pisar em Marte, mas muito provavelmente também será o primeiro a morrer no planeta de solo vermelho. Certos de que Mark estava morto, a tripulação da missão Ares 3 acaba deixando o planeta vermelho porque a forte tempestade faz com que a missão seja cancelada. Mas Mark está vivo, pelo menos por enquanto. Daqui há alguns anos, haverá outra expedição e essa é a esperança de Mark, conseguir manter-se vivo até a chegada da Ares 4 mas isso não quer dizer que será uma tarefa fácil.
Estou fodido e vou morrer! Tudo bem, calma. Tenho certeza de que posso dar um jeito nisso.
Se eu pudesse escolher o ponto que eu mais gostei no livro, um dos pontos que mais me agradou, seria a criação do protagonista brilhante. Mark é extremamente inteligente! O autor cria um protagonista perspicaz e altamente irônico, que sem perceber você acabou embarcando na leitura e sente-se cada vez mais a vontade com ele e com a leitura. Sem contar que o Andy conseguiu criar uma trama que gira em torno do personagem principal e ele acaba conseguindo gerar em mim várias sensações e sentimentos: torcia por ele  ninguém merece ser esquecido em Marte , sentia-me feliz quando as coisas finalmente dava certo para ele, mas também me desesperava quando algo dava errado, mas nada se compara a sua principal característica: o sarcasmo. Você não conseguirá parar de rir e realmente se divertir com sua presença.

A escrita do autor é algo totalmente notável. O autor não tem formação nenhuma na área de física, química ou biologia, pelo contrário, ele é um engenheiro de softwares e mesmo assim a forma como o autor trabalhou todas as informações, sempre de uma maneira bastante clara e objetiva. Expondo com destreza e explicando de uma maneira compreensiva, o autor traz o universo sci-fi de uma maneira fácil e acessível a todos os leitores. Eu adorei, porque justamente as explicações e teorias que sempre estão presentes nos livros desse gênero, geralmente muito complexas e de difícil entendimento, aqui Weir quebra isso. Eu nunca gostei tanto de ler ficção científica!
[12:04] JPL: E cuidado com o vocabulário. Tudo o que você digita está sendo transmitido ao vivo para o mundo inteiro.
[12:15] WATNEY: Veja! Um par de peitos! (.Y.)
Para aqueles que já estão acostumados com as edições da Editora Arqueiro, não acharão muitas diferenças da edição desse livro. Eu gostei bastante da capa americana e fiquei feliz pela editora ter mantido ela, que aliás é fosca e somente o título em verniz. O livro possui abas, a diagramação interna conta com folhas amareladas, fonte e espaçamento de um tamanho bom sendo que as margens são um pouco menor do que os livros de outras editoras. A tradução do título não ficou ao pé da letra mas eu gostei, achei que ficou mais dentro do contexto do livro. 

Resumidamente, este foi um dos livros de estreia mais incrível que eu já li. O autor não só apresenta uma obra de ficção científica de uma forma completamente descontraída, como também prenderá você do começo ao fim em uma trama envolvente e divertida. Não há como não destacar o dom nato do Andy pela escrita! Ele consegue fazer com que o leitor entreter-se e dar muitas risadas ao mesmo tempo em que o protagonista está passando por uma situação tensa. Perdido em Marte foi escrito por Andy Weir e é um livro individual, não faz parte de qualquer saga e já está sendo adaptado para os cinemas. Recomendadíssimo!

SOBRE O AUTOR
Andy Weir foi contrata como programador de um laboratório aos 15 anos e desde então trabalha como engenheiro de softwares. Sempre foi um nerd em relação ao espaço e amante de assuntos como física relativista, mecânica orbital e a história de voos espaciais tripulados. Perdido em Marte é seu primeiro livro e ganhará adaptação para o cinema.

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