A autora vai conquistando o leitor com uma leitura leve mas ao mesmo tempo carregada de emoções, mesclando cada sentimento a algum tipo de arte.

 
Título: Graffiti Moon
Autora: Cath Crowley
Tradutor: Marina Slade
Páginas: 240
Ano: 2014
Editora: Valentina
ISBN: 9788565859226
Avaliação:   | Ótimo.
Sinopse: Uma aventura emocionante e perigosa como um grafite clandestino. Uma noite de arte e poesia, humor e autodescoberta, expectativa e risco e, quem sabe, amor verdadeiro. Um artista, uma sonhadora, uma noite, um significado. O que mais importa? O ano letivo acabou, aliás, o último ano do ensino médio. Lucy planejou a maneira perfeita de comemorar: essa noite, finalmente, ela encontrará o Sombra, o genial e misterioso grafiteiro, cujo fantástico trabalho se encontra espalhado por toda a cidade. Ele está de spray na mão, escondido em algum lugar, espalhando cor, desenhando pássaros e o azul do céu na noite. E Lucy sabe que um artista como o Sombra é alguém por quem ela pode se apaixonar — se apaixonar de verdade. A última pessoa com quem Lucy quer passar essa noite é o Ed, o cara que ela tem tentado evitar desde que deu um soco no nariz dele no encontro mais estranho de sua vida. Mas quando Ed conta para Lucy que sabe onde achar o Sombra, os dois de repente se juntam numa busca frenética aos lugares onde sua arte, repleta de tristeza e fuga, reverbera nos muros da cidade. Mas Lucy não consegue ver o que está bem diante dos seus olhos.

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Se fosse definir este livro em algumas poucas palavras, seria uma surpresa maravilhosa. A verdade é que não esperava muito do livro — comecei acreditar que era incrivelmente bom quando li a lista nada pequena, de prêmios conquistados ou indicados —, mas para qualquer leitor, era óbvio que um livro que mistura de grafite, poesia e literatura, só poderia agradar. E agradou muito.

Quando Jazz diz que quer sair para comemorar o final do ano letivo, ela quer dizer paquerar garotos. Lógico que ela não faria isso sozinha, Lucy e Daisy terão que acompanhá-la. Lucy não liga para garotos, pelo menos não para os garotos normais, ela já está perdidamente apaixonada. O nome dele é Sombra, quer dizer, o nome artístico. Ele deixa grafites em toda a cidade e ela tem certeza que, quando encontrá-lo, ele será o príncipe encantado no seu cavalo branco. Sim, ela é vítima de um amor platônico. Mas hoje, Jazz, Daisy e Lucy irão comemorar durante toda a noite. Quando Daisy encontra Dylan, seu namorado, ele está com Ed e Leo. Jazz logo se interessa por Leo, e como Dylan já é namorado de Daisy, sobra só Ed para Lucy e definitivamente a noite não poderia terminar bem com esses dois. Eles já tiveram algum tipo de encontro, um que terminou em uma mão na bunda, um soco e um nariz quebrado. Ou seja, a noite promete grandes aventuras e muitas emoções.

– Só não se esqueça: pinturas também provam que os homens das cavernas existiam. O Sombra pode não ser o cara que você está esperando.
O primeiro ponto marcante é que os personagens fogem totalmente do comum. Por mais que pareçam três garotas saindo com três garotos para flertar durante uma noite, aos poucos vamos conhecendo-os melhor e descobrir quão diferentes eles são. Tirando o foco dos garotos, personagens secundários como os pais de Lucy, também não são nada que você esperava. Como todos tem um quê de artista, tenho a impressão de que todos os artistas devem ser um pouco peculiares, à sua maneira.

Toda a trama se passará durante uma noite e quando soube disso — antes de começar a leitura —, achei que seria um grande desafio pra autora. Afinal, histórias de amor precisam de mais que uma noite para acontecer e conseguir convencer o leitor de que esse amor era de fato verdadeiro e não só mais um "caso da adolescência", seria um grande desafio. Mas não para a Cath. Para este fim, a autora tornou a narrativa bastante objetiva, sem se delongar demais por fatos não tão importante e sem querer detalhar cada cena ao extremo. Desta maneira, a autora garantiu uma leitura rápida e suave, mas ao mesmo tempo surpreendente e cativante. Típico livro que conquista os leitores.
A definição de loucura é fazer a mesma coisa duas vezes esperando um final diferente.
Para aqueles que acham que arte são apenas "talentos" em que a pessoa tem o "dom" de pintar, ou escrever frases bonitas, ou cantar maravilhosamente bem, Cath vem provar que estão errados. Neste livro, a autora mostra de uma maneira magnífica que não basta apenas o dom mas vem nos mostrar o quão interligados a arte e os sentimentos estão. Não conseguimos imaginar como seriam os objetos de vidros moldados pela Lucy, se dentro delas não carregassem tantos sentimentos ou as pinturas de Sombra, sem aquele toque sentimental em cada traço.

De maneira bastante despretensiosa, a autora vai conquistando o leitor com uma leitura leve mas ao mesmo tempo carregada de emoções, mesclando cada sentimento a algum tipo de arte, desde o grafite até a manipulação do vidro. Com certeza esse lado artístico e poético da autora conquistará os leitores brasileiros, como já fez com tantos outros internacionais. Graffiti Moon foi o grande vencedor de NSW Premier's Literary Award e o Prime Minister's Literary Award.

SOBRE A AUTORA
Cath Crowley cresceu na área rural de Vitória, Austrália. Estudou produção e edição de texto no Royal Melbourne Instuteof Technology e já recebeu diversos prêmios por seus livros (confira alguns ao lado). Para saber mais sobre Cath e seus livros, visite cathcrowley.com.au.

1 comentários:

  1. Faz um tempinho que tenho vontade de ler esse livro.
    Lendo a sinope e a resenha,me parece uma história de amor,"gostosa" de se ler.


    Muito em breve vou ler.

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